terça-feira, 28 de março de 2017

Começo promissor

A temporada 2017 do Mundial de Motovelocidade começou com tudo. Na primeira das 18 paradas do calendário, o Catar viu um bom espetáculo das três classes, com alguns pilotos confirmando a boa expectativa criada na pré-temporada e outros superando, inclusive, a mais otimista das expectativas.

Mas não foi um fim de semana fácil para o certame promovido pela Dorna. Embora seja uma região de clima desértico, com média de 8,8 dias de chuva por ano, o clima não foi parceiro do Mundial no último fim de semana, forçando o cancelamento dos treinos classificatórios de sábado e tumultuando o início da corrida da MotoGP no domingo.

No Mundial desde 2007, o circuito de Losail é um traçado novo, mas, ao que parece, esqueceram de direcionar parte dos US$ 58 milhões (cerca de R$ 182 milhões) investidos em sua construção para preparar um bom sistema de drenagem. Com chuva forte, o traçado catari é impraticável. De dia ou de noite. Não havia muito o que fazer em um cenário tão atípico.

MotoGP abriu temporada 2017 no Catar (Foto: Repsol)
Grid de ouro

Antes de falar especificamente sobre o GP do Catar, vale uma ressalva: o grid de 2017 da MotoGP é especialmente forte. São dez campeões mundiais reunidos, somando um total de 29 títulos, um novo recorde para a categoria.

Além disso, nove dos 23 pilotos somam triunfos na classe rainha, totalizando 197 vitórias — sem contabilizar a de Maverick Viñales em Losail —, o maior número acumulado na divisão principal na lista inicial de inscritos.

Como se isso não fosse o bastante, 20 desses pilotos tem ao menos uma vitória em uma das três classes do certame, um total combinado de 434 triunfos.

Novo alien?

Maverick Viñales teve a estreia dos sonhos a bordo da YZR-M1. Depois de dominar a pré-temporada, o #25 desembarcou no Catar cercado de expectativa e não decepcionou.

Pole-position em Losail depois de registrar a melhor marca no resultado combinado dos três treinos livres, Viñales teve um início de corrida discreto, ainda estudando as condições da pista modificadas pela chuva intermitente, mas quando partiu em busca da ponta, atuou como um verdadeiro Top Gun.

Precisa e inteligente, a performance de Maverick não chega a surpreender. Afinal, o piloto de Figueres já tinha demonstrado suas qualidades nas classes menores e também em sua passagem pela Suzuki. Além disso, Viñales também não fez uma mudança difícil. A M1 é conhecida por ser uma moto amigável, fácil de guiar.

Maverick chega à Yamaha pronto para brigar pelo título da MotoGP, confortável com o rótulo de favorito e prontinho para cavar sua vaga no time dos ‘aliens’ da classe rainha.

Johann Zarco liderou a MotoGP em sua estreia (Foto: Repsol)
De partir o coração

O que foi a estreia de Johann Zarco na MotoGP? Ok, o bicampeão da Moto2 não completou a corrida, mas controlou a prova por cinco voltas. Em sua estreia!

Assim como Jonas Folger, seu companheiro de Tech3, Johann já tinha mostrado bom ritmo na pré-temporada, mas nem os mais otimistas imaginariam uma estreia assim.

O #5 tem nas mãos uma ótima moto, amigável, fácil de guiar. E tem talento o suficiente para seguir impressionando.

A atuação de Zarco em Losail foi tão impressionante que rendeu até elogios dos homens do pódio. Valentino Rossi, por exemplo, contou que já tinha sido alertado sobre as qualidades de Johann.

“Eu esperava que Zarco estivesse na frente, mas não assim. Também foi meu pesadelo durante os testes de inverno, porque ele estava sempre na frente”, brincou o #46. “Eu estava curioso em relação à performance dele na MotoGP, porque trabalhamos com Franco Morbidelli no ano passado e ele contou que Zarco sempre fazia algo especial na Moto2, especialmente nas últimas dez voltas. E ele sempre me disse: preste atenção, porque ele será rápido também na MotoGP”, contou.

Alive and kicking

Valentino Rossi tem mais de 20 anos de experiência no Mundial de Motovelocidade, mas sempre tem que se surpreende com a capacidade do italiano de tirar uma carta da manga na última hora.

O multicampeão fez uma pré-temporada ruim e arrastou problemas para a primeira prova do ano. Em Losail, a experiente equipe do italiano conseguiu solucionar algumas dificuldades, mas encontrou outras pelo caminho. O cancelamento dos treinos de sábado foi um prejuízo importante, já que ainda tinha muito trabalho a ser feito.

O warm-up aumentado, por sua vez, também pareceu ter feito pouco pelo italiano, mas a mudança nas condições permitiu que Rossi fosse mais competitivo e abrisse o ano com um terceiro lugar.

Claro, a boa atuação na etapa catari não garante a solução dos problemas encontrados até aqui, mas a capacidade de Valentino está mais do que provada. Aos 38 anos, o titular da Yamaha segue em forma e ganhou uma dose extra de motivação.

Viñales não será uma tarefa fácil. Márquez também não. Mas Rossi não jogou a toalha.

Marc Márquez sofreu com o pneu dianteiro. Andrea Iannone foi ao chão (Foto: Repsol)

Errou no calçado

Marc Márquez teve uma atuação apagadinha em Losail, mas segue como forte candidato ao título. O #93 mudou sua escolha de pneus seguindo uma orientação da Michelin após a redução no número de voltas do GP, mas acabou pagando um preço por isso.

Por conta das dificuldades de aceleração da RC213V — que ficaram claríssimas em Losail —, os pilotos da Honda tentam compensar o tempo perdido na freada, o que acaba por gerar um desgaste maior no pneu. Marc sempre prefere o composto mais duro na dianteira, mas trocou para um pneu mais macio ao ser alertado pela Michelin que era o único com tal escolha e, assim, deveria tomar cuidado.

A troca, no entanto, acabou sendo mais prejudicial do que qualquer outra coisa, já que o pneu foi rapidamente consumido, deixando o espanhol sem muito o que fazer.

Nos testes, porém, o tricampeão da MotoGP mostrou ter um ritmo similar ao de Viñales e, tão logo a Honda se acerte de vez com a nova RCV, será um fortíssimo rival.

Viñales, Dovizioso e Rossi formaram o pódio (Foto: Yamaha)
Moto de domingo

Uma das melhores performances do domingo certamente foi a de Aleix Espargaró. Estreando com a RS-GP, o catalão deu à Aprilia seu primeiro top-6 na era da MotoGP.

Ainda em evolução, a Aprilia mostrou um importante passo à frente em 2017 e, nas mãos de Aleix, deve avançar ainda mais.

Animado ao fim da corrida de Losail, Aleix teceu vários elogios à RS-GP, especialmente no que diz respeito à tração. A moto de Noale ainda tem muito que melhorar, mas deve incomodar uns e outros ao longo do caminho.

Mas foi estranho ver Espargaró no parque fechado com o rótulo de melhor piloto independente. Como assim?

Ao contrário da KTM, por exemplo, que entrou sozinha no Mundial, a Aprilia o fez em parceria com a Gresini, ocupando a vaga do time de Fausto Gresini, o que gerou essa situação esquisita. Mas, independente do rótulo, o esforço é de fábrica mesmo.

Aleix Espargaró foi ao parque fechado com rótulo de independente (Foto: Michelin)
 Foi ruim, mas não é o fim do mundo

Jorge Lorenzo não teve a estreia dos sonhos na Ducati. O #99 teve uma atuação discretíssima no Catar e recebeu a bandeirada em 11º, mais de 20s atrás de Viñales e de Andrea Dovizioso, seu companheiro de equipe.

Com tal resultado, o saldo é mesmo negativo, mas é cedo para desespero. Ao contrário de Viñales, que pegou uma moto amigável, Lorenzo ainda tem de domar um touro rebelde. O #99 precisa moldar seu estilo a Desmosedici, uma vez que já ficou mais do que provado que a moto de Bolonha não se ajusta a ninguém.

Lorenzo vai precisar de mais tempo para se sentir em casa em Borgo Panigale, o que pode ser fatal na briga pelo título, mas está longe de ser o fim do mundo. Ao menos por enquanto.

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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Era de ouro

Teve quem duvidasse do caminho proposto pela Dorna para a MotoGP, mas a temporada 2016 é uma clara mostra do acerto da promotora espanhola.

Nas 12 corridas disputadas até, foram sete vencedores diferentes — Jorge Lorenzo, Marc Márquez, Valentino Rossi, Jack Miller, Andrea Iannone, Cal Crutchlow e Maverick Viñales. E não é só isso. Essa variação foi registrada em um intervalo de sete corridas.

Até aqui, a maior sequência de vencedores diferentes tinha sido registrada entre o fim da temporada 1999 e o começo da 2000. Na época, também foram sete os pilotos que se sucederam no topo do pódio: Alex Crivillé, Regis Laconi, Taddy Okada, Max Biaggi, Norick Abe, Kenny Roberts e Garry McCoy.

Mas é um fato inédito em uma única temporada. Além disso, destes sete vencedores de 2016, quatro viram a classe rainha do degrau mais alto pela primeira vez — Miller, Iannone, Crutchlow e Viñales.

MotoGP vive um excelente momento de sua história (Foto: Yamaha)
Nos anais do Mundial, 2006 tinha sido o último ano a registrar tantos vencedores inéditos. Dez anos atrás, Dani Pedrosa, Toni Elías e Troy Bayliss conquistaram seus primeiros triunfos.

2006 também tinha marcado a última vez em que duas corridas foram vencidas por times satélites (Marco Melandri e Toni Elías, ambos pela Gresini). Agora, o feito foi repetido por Miller — Marc VDS — e Crutchlow — LCR.

Isso, por si só, já é uma mostra do acerto da empresa espanhola. Quando decidiu pela eletrônica padrão, a Dorna conseguiu um jeito de nivelar o mundial, permitindo que os times independentes brigassem perto dos ponteiros.

Claro, Yamaha e Honda seguem sendo forças importantíssimas e de maior destaque no Mundial, mas a Dorna conduziu o certame de tal forma que outras marcas tiveram chance de encostar. A Ducati venceu pela primeira vez desde o fim da era Casey Stoner e a Suzuki voltou ao topo do pódio pouco mais de um ano e meio após retornar à classe rainha.

E além do clima instável deste ano, a mudança de Bridgestone para Michelin também tem relação com o Mundial impecável de 2016. Os pneus franceses têm um comportamento diferente de seus antecessores japoneses e permite aos pilotos uma escolha mais variada.

Após o GP da Grã-Bretanha, Rossi, o mais experiente entre os 21 pilotos que formaram o grid de Silverstone, explicou a nova fase do Mundial.

“Com os Bridgestone, você podia ter uma luta dura, pois podia dar um pouco mais na freada, então quando precisava ultrapassar, podia usar o pneu dianteiro de uma maneira diferente”, disse Valentino. “Mas, por outro lado, neste ano com a Michelin a diferença é que todo mundo pode usar um pneu diferente. Por exemplo, [Dani] Pedrosa tinha macio e macio, e ele é rápido como Márquez, que tinha o traseiro duro. Para mim, isso nivela muito a performance”, opinou.

“E no ano passado, com a Bridgestone, não era assim, pois todo mundo no grid tinha o mesmo dianteiro e o mesmo traseiro, então acho que é por isso que vemos batalhas melhores”, continuou. “E também pela eletrônica, porque acho que a eletrônica no mesmo nível ajuda bastante a Suzuki, ajuda bastante a Ducati, e agora a performance das motos é mais similar”, completou.

Viñales foi um dos novos vencedores de 2016 (Foto: Divulgação/MotoGP)
E o espetáculo não é só na MotoGP. No pacote do Mundial de Motovelocidade, embora exista categoria de entrada, divisão intermediária e classe rainha, não tem essa de entrada e prato principal. Moto3 e Moto2 oferecem um show igualmente primoroso.

Na Moto3, aliás, isso não é um privilégio de 2016. Celeiro de jovens talentos, a categoria menor tem como tradição disputas apertadas, com corridas decididas na linha de chegada e muita gente envolvida na briga pela vitória da primeira a última curva.

Na Moto2, é verdade, isso tinha se perdido no ano passado. 2015 viu provas menos intensas, com o vencedor definido com certa tranquilidade, o que levava o fã a sentir falta daqueles áureos tempos onde Marc Márquez largava em último, engolia um a um e recebia a bandeirada na frente.

Mas neste ano é diferente. A Moto2 recuperou o vigor e, depois da lambança feita por Johann Zarco em Silverstone — com uma manobra um tanto questionável para cima de Sam Lowes —, a briga pelo título voltou a ficar apertada. Agora, o francês da Ajo vai para Misano com apenas dez pontos de vantagem para Álex Rins. É a classe onde a briga pelo título está mais apertada.

Na última semana, alguns questionaram a decisão da Dorna de modificar a programação do fim de semana para evitar o confronto com o GP da Itália de F1. Ao fim das duas corridas, uma dúvida permaneceu: será que era necessário?

A F1, embora vista por muitos como a principal categoria do esporte a motor mundial — pessoalmente, prefiro dividir em automobilismo e motociclismo na hora de falar em principal —, a caçula rica não vive lá seu melhor momento. A luta pelo título está restrita a uma única equipe — a Mercedes — e as demais não parecem ter a menor possibilidade de descontar o atraso em um curto intervalo de tempo.

Johann Zarco tem talento também no backflip (Foto: Ajo)
Muito embora períodos de domínio sejam naturais do esporte — isso também aconteceu nas motos —, o esforço da MotoGP em aproximar o grid e aumentar a competitividade é louvável. Foi esse trabalho que devolveu à Ducati sua condição de vencedora, foi esse trabalho que colocou a Suzuki de volta do topo do pódio. E é esse mesmo trabalho que vai trazer a KTM à ribalta em 2017.

E esse mundo comandado pela Dorna é muito mais do que disputas intensas e competitividade. Em suas três categorias, o Mundial é repleto de personagens. Na Moto3, são pilotos jovens que fazem e falam bobagens típicas da idade. Na Moto2, um campeão vigente falante e habilidoso na hora de executar seus backflips da vitória. Na MotoGP, temos astros para todos os gostos.

Expoente dessa geração de pilotos ‘saidinhos’, Rossi não faz mais as celebrações que marcaram sua carreira, mas ainda é um rei de caras e bocas, sempre capaz de render uma boa foto. Crutchlow, por sua vez, é um jovem pai de família, preocupado em ligar para a esposa assim que chega ao parque fechado para celebrar seus feitos em família. Márquez vive sorrindo e é o herói das criancinhas — basta ver a quantidade de fãs mirins que o cercam nos paddocks mundo a fora.

Mas a fofura não está só entre esses que já fazem parte do rol dos vencedores. Scott Redding apareceu em Silverstone com um macacão inspirado no traje do Super-Homem. Danilo Petrucci chegou contando sobre um acidente de trânsito onde o senhor que o acertou por trás quando ele estava parado em um cruzamento a bordo de uma scooter o questionou: “Tem certeza que você sabe dirigir?”. A scooter era nova e do pai do piloto.

E tem também Iannone. Se você ainda não entendeu o apelido de ‘Maniac’ ou ‘Crazy Joe’, experimente dar uma passadinha no Instagram do italiano, onde o piloto da Ducati postou um vídeo mostrando o que acontece quando ele tranca seu Porsche com a chave dentro. Ao que parece, Andrea nunca ouviu falar em chaveiro...

O Mundial de Motovelocidade vive uma excelente fase, dentro e fora da pista. E em todas suas divisões. E essa qualidade se reflete no público dos autódromos, na audiência da televisão e na repercussão nas redes sociais.

Daqui 20, 30, 40 ou 50 anos, hão de se referir a esta como a era de ouro do motociclismo.

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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Aventura espacial

Andrea Iannone e Dani Pedrosa viveram uma aventura especial nesta quarta-feira (6). Acompanhados por Kevin Schwantz, a dupla aproveitou a passagem do Mundial de Motovelocidade pelo Texas para fazer uma visita à Nasa, a agência espacial norte-americana.

Às vésperas do GP das Américas, os pilotos de Honda e Ducati, junto com o campeão de 1993, fizeram um tour no Centro Espacial Johnson, no Texas. As instalações texanas, que são conhecidas como ‘Space City’ (Cidade Espacial), são usadas pela Nasa para a maioria de seus treinamentos para voos espaciais tripulados e pesquisa.

Kevin Schwantz, Andrea Iannone e Dani Pedrosa visitaram a Nasa nesta quarta (Foto: Divulgação/MotoGP)
Além de ser um campo de formação, o Centro Espacial também controlou as missões Gemini (o segundo projeto de exploração espacial da agência), Apollo (que culminou na chegada do homem a Lua) e Space Shuttle (dos ônibus espaciais).

Escoltados pelo astronauta Andrew ‘Drew’ Feustel, que se prepara para sua terceira missão no espaço, Iannone e Pedrosa puderam provar a experiência espacial. Primeiro, eles foram apresentados a robôs e sondas desenvolvidos pela Nasa. Depois, após um curto treinamento, Dani levou Andrea para um passeio a bordo de um MRV (Veículo de Robótica Modular), um veículo que será utilizado em futuras missões à Lua ou até mesmo em Marte. O veículo tem rodas que giram 360°.

Centro Espacial Johnson é campo de treinamento de astronautas (Foto: Divulgação/MotoGP)
Na sequência, Iannone, Schwantz e Pedrosa foram levados ao CCT, o compartimento de treinamento de tripulação, onde os astronautas se adaptam ao trabalho em posição horizontal e vertical. Ainda, os pilotos visitaram o modelo da Estação Espacial Internacional, onde Andrea teve a chance de conhecer e conversar com o astronauta italiano Luca Parmitano, que já morou na ISS.

O trio visitou, ainda, a histórica sala de controle da missão Apollo, que operou entre 1965 e 1992, e lançou a missões históricas como a Apollo 11, que levou o homem a Lua pela primeira vez, e a Apollo 13, que não conseguiu pousar na Lua por conta de um acidente na viagem de ida, causado pela explosão do módulo de serviço, que impediu a descida do satélite. Ainda assim, a nave e seus tripulantes — Jack Swigert, Fred Haise e Jim Lovell — conseguiram retornar para a Terra após seis dias no espaço. Foi essa viagem que popularizou a frase ‘Houston, we have a problem’.

Pedrosa levou Iannone para passear no MRV (Foto: Divulgação/MotoGP)
Também, Iannone e Pedrosa tiveram a chance de conhecer o atual centro de controle, de onde a Nasa monitora a Estação Espacial Internacional. Atuais residentes da ISS, Tim Kopra, Tim Peake e Jeff Williams se comunicaram ao vivo com os pilotos, por áudio e vídeo. Depois de conversarem sobre motos e foguetes, Dani convidou o trio de astronautas para uma visita a MotoGP tão logo eles retornem à Terra.

O último ponto do passeio foi o Laboratório de Flutuação Neutra, uma gigante piscina indoor onde os astronautas se prepararam para as mudanças gravitacionais do espaço.

A piscina, que tem mais de dez metros de profundidade e cerca de 23 milhões de litros de água, afugentou os pilotos, que não encararam um mergulho em território da Nasa.

Andrea e Dani estiveram no compartimento de treinamento de tripulação (Foto: Divulgação/MotoGP)

E também conheceram um módulo da Estação Espacial Internacional (Foto: Divulgação/MotoGP)

Os pilotos se comunicaram com os atuais residentes da Estação Espacial Internacional por áudio e vídeo (Foto: Divulgação/MotoGP)

Kevin, Andrea e Dani foram acompanhados pelo astronauta Andrew ‘Drew’ Feustel (Foto: Divulgação/MotoGP)

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quarta-feira, 30 de março de 2016

La Bombonera

Yonny Hernández, Aleix e Pol Espargaró fizeram um tour por Buenos Aires nesta quarta-feira (30) às vésperas do GP da Argentina. Seguindo a tradição do Mundial de Motovelocidade, os três pilotos percorreram alguns bairros da capital argentina em um evento promocional e terminaram o passeio na Bombonera, o estádio do Boca Juniors.

Aleix e Pol Espargaró e Yonny Hernández percorreram as ruas de Buenos Aires (Foto: Divulgação)
De moto, os pilotos de Aspar, Suzuki e Tech3 começaram o percurso em La Biela, um tradicional café frequentado por escritores e atores. De lá, o trio partiu para Puerto Madero, seguindo em direção ao bairro de San Telmo, o distrito mais antigo da capital.

Depois, Yonny, Aleix e Pol passaram por Caminito, uma pequena rua repleta de museus, até chegarem a La Boca, onde fica La Bombenera. No estádio do Boca Junior, os pilotos receberam camisas do clube argentino, devidamente identificadas com os números usados na MotoGP.

Passeio foi um ato promocional do GP da Argentina (Foto: Divulgação/MotoGP)
Animado com a visita, o colombiano Hernández afirmou que a Argentina é como sua “segunda casa”. “É como correr em casa”.

Fã confesso de futebol, Aleix não escondeu a alegria por visitar a casa do Boca. “Visitar La Bombonera é uma coisa muito especial para um fã de futebol como eu. Fiquei encantado”.

Os três pilotos ganharam camisas do Boca Juniors (Foto: Divulgação)
Esta quinta, aliás, é um dia importante para o Boca, já que o clube, que tem um projeto de construir um novo estádio próximo ao atual, realiza uma assembleia para definir os rumos deste plano. A ideia, entretanto, conta com a reprovação da maioria dos sócios.

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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

No cume da Europa

Restando poucos dias para o início da temporada 2016 da MotoGP, a Yamaha levou as YZR-M1 de Jorge Lorenzo e Valentino Rossi para um passeio. Os dois protótipos de 1000cc subiram o Maciço do Monte Branco, o ponto mais alto da Europa Ocidental.

A Yamaha levou as YZR-M1 para um passeio (Foto: Yamaha)
Na viagem, que faz parte de um projeto especial da Yamaha e da agência Getty Images, as duas M1 alcançaram a Ponta Helbronner, um cume do maciço que atinge os 3.466 metros.

O protótipo subiu o Maciço Monte Branco (Foto: Yamaha)
Chefe da Yamaha, Massimo Meregalli encarou uma temperatura de -20°C e acompanhou a viagem. Junto com o fotógrafo Guido De Bortoli, o dirigente e os dois protótipos chegaram ao novo terraço da Ponta Helbronner pelo bondinho SkyWay, que abriu no ano passado para conectar a cidade de Courmayeur ao acidente geográfico que faz parte da divisória de águas entre o Mar Adriático e o Mar Mediterrâneo.

Massimo Meregalli acompanhou o passeio (Foto: Yamaha)
Agora, as M1 se livram do frio e seguem rumo ao Catar, onde Rossi e Lorenzo reassumem o comando das motos para a última bateria de testes da pré-temporada, que acontece entre 2 e 4 de março, na pista de Losail.

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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Projeto Moto2

A KTM surpreendeu o mundo da motovelocidade no último dia 31 ao anunciar que construiu uma moto para a Moto2 em parceria com a WP. A nova máquina, aliás, já fez seu debute em um teste privado em Almería, na Espanha.

Além de ter sido um segredo bastante bem guardado, a iniciativa da marca austríaca surpreende pelo fato de a classe intermediária do Mundial de Motovelocidade usar motor padrão da Honda CBR 600 RR. O contrato com a marca da asa dourada vai até 2018.

KTM apresentou moto para o Mundial de Moto2 (Foto: Divulgação/KTM)
Em maio do ano passado, pouco após anunciar a renovação do vínculo entre Honda e Moto2, a FIM (Federação Internacional de Motociclismo) e a Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, iniciariam uma busca por potenciais fornecedores para os motores da Moto2 a partir de 2019.

A WP, que assim como a KTM, a Husqvarna e a Pankl é propriedade da Cross Industries AG, produz componentes de suspensão, sistemas de resfriamento, chassis e exaustores, não é totalmente estranha ao mundo da divisão intermediária. Ano passado, a fábrica de Munderfing viu Johann Zarco conquistar o título da Moto2 usando componentes da WP.

Além disso, em nome da KTM, a WP já produz os chassis usados na Moto3 e na Red Bull Rookies Cup. Para o projeto da KTM na MotoGP, a WP também fabricou elementos do chassi.

Diretor-executivo da Cross Industries AG, Stefan Pierer destacou a importância do projeto para a marca e revelou que a ideia da KTM é ver um piloto chegar ao título da MotoGP se desenvolvendo dentro da academia da marca. A casa austríaca vai entrar na classe rainha do Mundial de Motovelocidade em 2017.

Nova moto fez seu primeiro teste em Almería (Foto: Divulgação/KTM)
“O projeto da Moto2 tem um grande significado para nós”, disse Pierer. “Por meio do nosso crescimento e investimentos de longo prazo, nós estamos perto cruzar essa última barreira em nossas atividades no esporte”, seguiu.

“Um jovem piloto pode ter sua primeira experiência na Rookies Cup e aí avançar para a Moto3 com o nosso próprio time. Aí, por meio do nosso novo projeto na Moto2, chegar à MotoGP”, explicou. “Esses são conceitos que provaram repetidamente serem bem sucedidos para a KTM e a WP nas corridas profissionais e, no futuro, nós queremos ter pilotos para o nosso projeto na MotoGP que avançaram inteiramente dentro da Academia KTM”, completou.

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Valentino Rossi: The Game

A edição 2016 do jogo da MotoGP vai trazer um conteúdo para lá de especial. Batizado de ‘Valentino Rossi: The Game’, o jogo produzido pela Milestone é dedicado à carreira e à vida do titular da Yamaha.

O game foi anunciado no último sábado (28), aproveitando a participação de Rossi no Rali de Monza — que ele venceu, aliás —, mas ainda vai levar um tempinho para chegar às lojas, já que só estará a venda a partir de junho de 2016. O jogo vai estar disponível para PlayStation 4, Xbox One e Windows PC/STEAM.

O novo game repassa os 20 anos de Valentino no Mundial de Motovelocidade, mas também oferece ao jogador a possibilidade de brincar com o carro de rali usado pelo #46 no Rali de Monza. O Rancho do italiano também está presente no novo jogo.

Valentino Rossi vai ser homenageado no novo jogo da MotoGP (Foto: Milestone)
“Nós estamos realmente entusiasmados com essa parceria e projeto”, disse Luisa Bixio, vice-presidente da Milestone. “A Milestone tem desenvolvido o jogo da MotoGP há alguns anos, mas a experiência que vamos oferecer a todos os fãs do motociclismo e de Valentino este ano é simplesmente única”, ressaltou.

“Os jogadores poderão jogar com todo o campeonato oficial de 2016, mas, mais do que isso, eles poderão experimentar a paixão, profissionalismo e experiência de Valentino Rossi, dentro e fora do campeonato, com um conteúdo exclusivo de rali e flat-track, e muito mais que só o número 46 pode oferecer”, continuou.

Rossi se mostrou animado com a experiência e prometeu trabalhar junto com a Milestone para garantir que os fãs tenham a melhor experiência possível.

“Estou feliz em anunciar que vou participar da produção de ‘Valentino Rossi: The Game’, junto com os caras da Milestone”, começou. “Nós decidimos incluir os elementos mais importantes da minha carreira na MotoGP e todas as coisas extra circuito que são muito importantes para mim, como o Rancho, rali e mais”, explicou.

“Vai ser divertido ver o jogo não só como um jogador, mas também como um piloto de testes. Vou trabalhar com a equipe de desenvolvimento para garantir que todos os fãs tenham a melhor experiência que já tiveram”, afirmou.

Jogo foi anunciado no Rali de Monza (Foto: Milestone)
Pau Serracanta, diretor da área comercial da Dorna, a promotora do Mundial de Motovelocidade, lembrou que muitos esportes tiveram jogos dedicados a seus atletas mais importantes e avaliou que Rossi se encaixa nessa descrição.

“Depois da nossa bem sucedida parceria de quatro anos com a Milestone lançado o jogo oficial da MotoGP, nós estamos muito felizes em poder anunciar este novo e único jogo do Valentino Rossi”, disse Serracanta. “Muitos outros esportes lançaram edições especiais de jogos honrando suas mais importantes estrelas e Valentino Rossi, com certeza, se encaixa na descrição para a MotoGP”, assegurou.

“O jogo vai prestar uma homenagem a carreira de Valentino, assim como incluir todo o grid de 2016 da MotoGP. Nós estamos muito empolgados por fazer parte deste projeto e temos toda confiança no sucesso dele”, concluiu.

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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Dragster RR LH 44

Lewis Hamilton já tem uma moto para chamar de sua. O tricampeão de F1 colocou sua marca na Dragster RR da MV Agusta, dando vida a RR LH 44 .

A MV Agusta Dragster RR LH 44 leva a assinatura de Lewis Hamilton (Foto: MV Agusta)
 Nos últimos meses, Hamilton trabalhou próximo ao Centro de Pesquisa de Castiglioni para criar a nova Dragster, que traz na carenagem o mesmo logo impresso no capacete do piloto da Mercedes. Além disso, o #44 do britânico também foi colocado na frente e na lateral da moto.

Logo do piloto da F1 está estampado na moto (Foto: MV Agusta)
No total, são 50 modificações em relação a RR Dragster original. A produção do modelo de Hamilton, que conta com um motor de três cilindros em linha de 798 cc, está limitada a 244 unidades.

MV Agusta vai produzir 244 unidades da LH 44 (foto: MV Agusta)
Em outubro do ano passado, a Mercedes AMG assinou um acordo de cooperação com a MV Agusta, que inclui as áreas de marketing e vendas. Além disso, a Mercedes adquiriu 25% de participação na MV Agusta.

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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Motor Camp

A temporada 2015 da F1 ainda nem acabou, mas Nico Rosberg já encontrou um jeitinho para se divertir. Dias após assegurar o vice-campeonato no GP do Brasil, o piloto da Mercedes esteve Lérida, em Barcelona, para participar de um evento junto com Marc Márquez.

O piloto da Honda na MotoGP está participando do Allianz Junior Motor Camp, um evento que tem por objetivo não só inspirar a paixão pelo esporte a motor, mas também transmitir conhecimentos de práticas seguras de pilotagem.

Rosberg encontrou com Márquez em Rufea (Foto: Allianz)
Os 20 participantes, incluindo o brasileiro Eduardo Coelho, tem entre 10 e 13 anos, enviaram vídeos mostrando suas habilidades em cima da moto e foram selecionados pelo próprio piloto da Honda.

Na pista de motocross de Rufea, onde Márquez costuma treinar com o irmão Álex, Rosberg subiu na moto e arriscou até alguns saltos, sempre sob a observação atenta de Marc.

Piloto da Mercedes foi para a pista com o bicampeão da MotoGP (Foto: Allianz)
“Me diverti bastante lá”, disse Rosberg. “O entusiasmo das crianças é absolutamente contagiante e eles têm um talento real — na verdade, bem difícil para alguém que não passa muito tempo na moto acompanhar”, reconheceu.

“Junto com a diversão, tinha uma mensagem séria que eu pude ajudar a espalhar — segurança é a principal preocupação na F1 e eu pude apoiar essa mensagem com alguns exemplos do mundo real de como agir na pista”, ressaltou. “É bom incorporar essa forma de pensar ainda na infância, já que isso se torna uma segunda natureza”, ponderou.

Rosberg arriscou até alguns saltos (Foto: Allianz)
 Marc celebrou a presença de Nico no evento desta quinta-feira (19) e a ajuda do germânico para arrecadar fundos para a Nexe Foundation, que oferece apoio especializado para crianças com deficiências neurológicas.

“Foi ótimo conhecer Nico hoje e unir um pouco os nossos mundos”, comentou Márquez. “Sou muito grato ao Nico pelo apoio ao Laps for Life 93 e a arrecadação que estamos fazendo para a Nexe Foundation — reunindo a força de dois esportes, tenho certeza de que vamos ajudar a aumentar a conscientização”, ressaltou.

“E foi ótimo ver Nico em uma moto”, falou. “Na próxima vez que nos encontramos, acho que serei eu sobre quatro rodas”, concluiu.

Márquez está treinando com 20 crianças em Rufea (Foto: Allianz)

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terça-feira, 17 de novembro de 2015

Debute

Nicky Hayden já teve seu primeiro contato com a CBR1000RR que vai guiar em sua estreia no Mundial de Superbike. Na última segunda-feira (16), o agora ex-piloto da MotoGP fez seu primeiro dia de testes com a Honda no circuito de Aragón, na Espanha.

Além de Hayden, o teste no MotorLand também conta com Michael van der Mark, companheiro do norte-americano na estrutura operada pela Ten Kate, e pelas equipes de Kawasaki e Yamaha, que volta ao Mundial em 2016.

Após o primeiro contato com a Fireblade, Hayden avaliou que tem um longo caminho pela frente em seu processo de adaptação, mas se mostrou confiante.

Nicky Hayden e Michael van der Mark formam a dupla da Honda no Mundial de Superbike em 2016 (Foto: Honda)
“Foi minha primeira vez na Honda CBR1000RR e tenho de trabalhar bastante para me ajustar a coisas diferentes”, disse Hayden. “O primeiro dia passou muito rápido. Nós começamos o trabalho, vimos onde precisamos melhorar mais e vamos seguir em frente. Mais ainda é cedo”, seguiu.

“É a minha primeira vez correndo com uma moto de produção e é uma moto diferente, mas, na verdade, ainda é uma moto. Os garfos, suspensão, pneus, freios e motor são diferentes, mas tenho de lembrar de não enlouquecer. É uma moto e nós temos de guiá-la. Consegui chegar perto de sentir o limite e quanto mais rápido você vai, mais divertido é”, ressaltou.

Questionado sobre o desafio de mudar da MotoGP para o Mundial de Superbike, Hayden respondeu: “Estou ansioso por algumas mudanças, mudar é divertido”.

“Estou indo para algumas pistas novas pela primeira vez e alguns novos países para correr. O novo não é sempre ruim, é empolgante e motivador. É um novo capítulo para a minha carreira, mas, como eu disse, é uma abordagem similar, então quero tentar aproveitar”, comentou. “Isso é sempre bom, e, se eu for rápido o bastante, tenho certeza de que será divertido”, garantiu.

“Preciso me adaptar ao time, aprender a trabalhar com todo mundo e a como conseguir passar para eles o que eu sinto com a moto, para que eles possam me ajudar e nós possamos brigar na frente”, frisou.



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Após completar seu primeiro teste, Nicky avaliou que é muito cedo para traçar uma meta para a temporada 2016.

“Ainda não estabeleci um número, mas com que certeza quero ser o mais competitivo possível”, disse. “Nós sabemos que esses dias vão passar rápido. Felizmente, nós estamos aqui em Aragón, uma pista que eu já conheço, então eu pude começar a trabalhar logo na moto ao invés de ter de aprender a pista, então isso foi conveniente”, concluiu.