quinta-feira, 20 de março de 2014

Losail

As férias, enfim, acabaram. Neste fim de semana, os pilotos de Moto3, Moto2 e MotoGP desembarcam em Losail, no Catar, para a primeira etapa da temporada 2014 do Mundial de Motovelocidade.

Levando em conta os resultados da pré-temporada, Jack Miller aparece como favorito ao título da Moto3, mas terá bons adversários em Niccolò Antonelli e Romano Fenati, ambos equipados com motos KTM. Embora a marca austríaca siga ditando o ritmo, é cedo para descartar Álex Rins e Álex Márquez.

A dupla da Estrella Galicia 0,0, que este ano aposenta as motos KTM e vai alinhar com equipamento Honda, segue trabalhando em conjunto com a HRC no desenvolvimento da NSF250RW e já conseguiu mostrar uma boa evolução.

Antes dos testes, pilotos participaram de uma entrevista coletiva (Foto: Divulgação/MotoGP)
Na divisão intermediária, Tito Rabat é, indiscutivelmente, o favorito. Depois de boas atuações na temporada 2013, o espanhol, que agora é contratado pela Marc VDS, exibiu um ritmo fortíssimo na fase de testes, confirmando seu posto de principal postulante ao título.

Além do bom desempenho de Rabat, a pré-temporada também mostrou uma rápida adaptação dos estreantes Maverick Viñales e Luis Salom. Agora companheiros de equipe na Pons, a dupla chegou a andar entre os ponteiros e deve dar trabalho aos rivais.

Na MotoGP, Marc Márquez é o favorito absoluto, mas inicia o ano longe de sua melhor forma por conta de uma fratura na perna direita sofrida em um acidente de dirt-track seis semanas atrás. Apesar de ter ficado ausente dos dois últimos exercícios da pré-temporada, o espanhol foi o mais rápido na primeira das duas atividades realizadas em Sepang e não teve sua marca batida na bateria seguinte.

Pela primeira vez na posição de defender o título, Márquez terá em Jorge Lorenzo, Dani Pedrosa e Valentino Rossi seus principais rivais. Mordido com a derrota do ano passado, o espanhol da Yamaha vem com um empenho extra, mas ainda tentando fazer sua M1 render tanto quanto a RC213V e se adaptar aos novos pneus desenvolvidos pela Bridgestone.

A situação de Pedrosa, por outro lado, é bastante diferente. Em seu nono ano com a equipe de fábrica da Honda, o catalão terá mais uma chance de conquistar o tão sonhado título da classe rainha. Com seu contrato no fim, podemos esperar um esforço extra de Dani.

Yamaha exibiu nova moto no pit-lane de Losail (Foto: Divulgação/MotoGP)
Rossi, por sua vez, inicia 2014 tentando recuperar sua velha forma. Insatisfeito com o desempenho do ano passado, o italiano promoveu mudanças em sua equipe – com a substituição de Jeremy Burgess por Silvano Galbusera – e em seu estilo de pilotagem.

Com uma M1 mais adaptada ao seu estilo de pilotagem, Valentino exibiu um ritmo melhor na pré-temporada, chegando, inclusive, a liderar a segunda bateria de testes do ano, realizada na Malásia.

Embora o quarteto fantástico domine a lista de favoritos, a temporada 2014 traz em Aleix Espargaró uma ótima surpresa. Agora vestindo as cores da Forward, o catalão conta com uma Yamaha Open e mostrou que tem perfeitas condições de brigar pelo pódio em uma ou outra oportunidade.

Além disso, Aleix também terá a companhia do irmão mais novo, Pol, no grid. Campeão da Moto2 em 2013, o caçula dos pilotos da família Espargaró vai estrear na MotoGP neste ano, competindo pela Tech3 com uma M1 satélite.

Pol, aliás, não será o único piloto da classe intermediária a estrear na divisão principal. Além do espanhol, Scott Redding também chega à MotoGP neste ano, mas em uma condição não tão privilegiada quanto a do antigo rival.

Contratado pela Gresini, Scott vai guiar uma RCV1000R, a versão de produção da RC213V. Apesar da empolgação inicial com a nova moto desenvolvida pela HRC, o equipamento não cumpre a promessa de competitividade da marca nipônica e ainda vai precisar de tempo para se equiparar a Open de Iwata.

Bridgestone vai fornecer pneus mais macios para as motos Open (Foto: Bridgestone)
Mudança de regra

A temporada 2014 da MotoGP também marca a introdução de um novo regulamento. A partir deste ano, a categoria principal adota uma centralina padrão para todas as motos, em uma nova tentativa de aumentar a competitividade e baixar os custos do esporte.

Inicialmente, a Dorna, promotora do Mundial, não tinha conseguido convencer as fábricas a adotarem uma ECU completamente padrão, o que só aconteceu recentemente e entra em vigor a partir de 2016. Enquanto isso, os times de fábrica – Honda, Yamaha e Ducati – estão autorizados a utilizarem software próprio, mas terão algumas limitações em comparação com as motos Open.

As equipes oficias e seus respectivos times satélites vão contar com tanque de combustível com capacidade para 20 litros, cinco motores lacrados no início do ano e não vão contar com o benefício de um pneu mais macio ao longo do fim de semana. As Open, por outro lado, têm tanque de 24 litros e podem usar até 12 propulsores não congelados ao longo do ano. Além disso, essas motos vão receber da Bridgestone um tipo de composto mais macio.


O caso Ducati

Ainda tentando superar a má fase que acompanha o time nos últimos anos, a Ducati decidiu obedecer ao regulamento Open em 2014, já que o rótulo de fábrica a impediria de desenvolver seus motores ao longo do ano.

A decisão da fábrica de Bolonha levou a Dorna a apresentar para a Comissão de GP, com o apoio da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), um adendo ao regulamento, que seria aplicado exclusivamente à Ducati. A proposta, que seria chamada de ‘Fábrica 2’, estipulava que no momento em que o time conquistasse três terceiros lugares, dois segundos ou um primeiro, a capacidade do tanque de combustível cairia de 24 para 22,5 litros. Além disso, o número de motores por ano passaria de 12 para nove.

Em uma reunião no Catar, a Comissão de GP, que é formada por Dorna, FIM, MSMA (Associação das Fábricas) e IRTA (Associação das Equipes), aprovou um novo código que determina que qualquer novo time ou qualquer equipe que não tenha conquistado um pódio em pista seca em 2013, pode gozar dos benefícios do regulamento Open, concessão que vale até 2016.

Esse benefício, por outro lado, está vinculado aos resultados obtidos pelo time neste ano. Se a Ducati, no caso, conquistar uma vitória, dois segundos lugares ou três terceiros, a capacidade do tanque de combustível cai para 22 litros. Se a mesma fábrica somar três vitórias ao longo do ano, o direito de usar os pneus da subdivisão também será negado.

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Nova marcação dos pneus

Para a temporada 2014, a Bridgestone introduziu um novo sistema de identificação dos compostos. A partir de agora, cada borracha receberá uma etiqueta de coloração diferente, assim como é feito na F1.

Assim, os pneus extra-macios receberão a cor verde, com o branco identificando a borracha macia. Os compostos médios serão indicados pela cor preta, com vermelho marcando a goma mais dura.

O mesmo sistema de cores também será adotado na Moto3 pela Dunlop. Na divisão inicial, os pneus macios serão identificados por um selo de fundo amarelo e escrita em preto. No caso dos médios, o prata será utilizado no fundo da etiqueta. Para os duros, a identificação terá fundo preto e escrita em amarelo.

Confira alguns detalhes da prova em Losail, no Catar:

Número de voltas: 22
Comprimento da pista: 5.380 metros
Largura da pista: 12 metros
Reta mais longa: 1.068 metros
Curvas: 16 (Dez para a direita e seis para a esquerda)

Alocação dos pneus
- Dianteiros: Macio e Duro
- Traseiros: macio, médio e duro (assimétrico)

Recordes
Pole-position: Jorge Lorenzo – 2008 – 1min53s927
Melhor volta: Jorge Lorenzo – 2008 – 1min53s927
Recorde: Casey Stoner – 2008 – 1min55s153

Resultados de 2013
1º: Jorge Lorenzo
2º: Valentino Rossi
3º: Marc Márquez

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